domingo, 13 de fevereiro de 2011

29

Quando completei 29 anos faz algumas semanas não pude deixar numa coisa: agora tenho a idade que meu pai tinha quando nasci.

É uma sensação estranha, de que agora definitivamente não sou tão mais filho e que não há espaço para ingenuidades e criancice. E não dá pra não deixar de comparar, ver tudo que me falta alcançar, de pensar no que é igual e no que é diferente. Pra mim é tudo diferente.

Aos 29 anos alcancei menos, tenho menos e só invejo mais. Talvez ganhe apenas em experiência de vida e casos para contar. Quem sabe numa mesa de bar renderia mais conversa, mas mesmo assim tenho minhas dúvidas. Enquanto um tem causos da Argentina, outro tem sobre a Amazônia.

Mas por mais que todo mundo diga que experiência de vida e vivências sejam importantes, sinto que tudo isso não é invejável. No final das contas ninguém inveja histórias vividas por outros, mas sim feitos. Inveja-se os bens, o apartamento decorado, o carro, a estabilidade, as perspectivas, a família, os relacionamentos. O resto é condimento.

Pelo menos uma coisa me conforta. Aos 29 anos não sou pai de ninguém.

6 comentários:

Mari Eller disse...

será que não se inveja mesmo histórias? penso que, no fim da vida, é menos provável pensar que "valeu a pena viver porque comprei uma cobertura em Higienópolis" do que "valeu a pena porque tentei, porque conheci, porque experimentei, porque amei". muitas coisas vêm e se vão, mas penso que nossas histórias são nosso único e permanente tesouro...

Túlio disse...

no fim sim, mas e no durante da vida?

Mari Eller disse...

mas se o meio dela não for significativo, nos 45 do 2º tempo é que não vai ser...

Lívia disse...

E minha mãe que na minha idade já tava na 2a filha?

Leo Vinhas disse...

Astral pesado.

Mas creio que cada um inveja aquilo que deseja ter.

Fuerza siempre, lloro cuando necesario.

Túlio disse...

gracias.

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