terça-feira, 29 de março de 2011

Curitiba, 318 anos!


Feliz aniversário, Curitiba! 318 anos de pura antipatia cinza que eu tanto amo.

Tivemos ótimos momentos juntos nesse caso de amor que dura mais de 11 anos, mas agora está chegando a hora tomar coragem para te deixar. Faz tempo que Curitiba não me ama de volta.

Sentirei sua falta.

I'm From Barcelona - More is More


No dia 12 de fevereiro o I'm From Barcelona se juntou com uma sinfônica de sua cidade natal lá da Suécia num show classe A!

O resultado disso está sendo postado aos poucos no site deles. Já são três clips disponíveis, o de "Andy" é o primeiro.



E também tem "Always Spring", música nova que estará no cd "Forever Today". Uma belezura!

I'm From Barcelona - Get In Line


Já saiu o primeiro single do novo disco dos suecos do I'm From Barcelona, que se chamará "Forever Today" e será lançado dia 19 de abril.

"Get in Line" já tem clip e é bem pra cima, como a maioria das canções desses caras.

Junkie Emocional


Todo mundo curte sentir adrenalina invadindo seu corpo, aquele sentimento extremo que faz você se sentir vivo pra caramba e que tudo é possível. Tem gente que pula de aviões, outros de bungee jump, alguns disputam rachas de carro e outros mesmo se perdem nas drogas. Às vezes acho que muita gente, eu mesmo incluído, acaba buscando essa adrenalinas nas emoções. E elas são muitas, nos alerta Roberto Carlos.

Quando estou "drogado" por alguém sinto que posso qualquer coisa, Leonardo di Caprio gritando "I'm the king of the world" em Titanic. Adoro meu trabalho que me faz feliz, me sinto bem-sucedido, meus amigos me amam e me dou bem com todos e me orgulho muito da vida que levo, mesmo que more num apartamento horroroso. Resumindo de um jeito bem brega: a vida tem mais cor. Tudo isso porque sinto algo por alguém e é recíproco. Parece que me vejo com os olhos dessa pessoa e me acho bonito, inteligente e super engraçado. Algo como aquela cena de "500 dias com ela", quando o cara acaba de acordar ao lado da Zooey Deschannel e começa a andar na rua dando oi pra todo mundo e dançando com passarinhos pousando na sua mão (vídeo lá embaixo). Sabe? Parece que o mundo todo é meu melhor amigo. É bem assim que me sinto. Um tsunami de alegria destruindo qualquer mau-humor na minha frente.

Mas aí quando esse tsunami vai embora, e comigo ultimamente sempre vai, me sinto destruído, um viciado em heroína saindo do rehab todo suado e com olhos esbugalhados. Acaba a fase em que você se sente galã poderoso. Agora você se sente o cara mais horrível, sem graça, injustiçado, sem talento e podre da humanidade (Coisas que temos plena consciência que não são reais quando você não está drogado de emoções, mas que mesmo assim você não deixa de pensar) Não, não quero me sentir assim, mas não posso negar que isso me dá inspiração, me faz me sentir vivo, mesmo querendo morrer. E muitas vezes me pergunto se prefiro estar assim podre, porque pelo menos estou sentindo alguma coisa, do que estar meia-boca levando dias mais ou menos totalmente sem graça.

A solução para isso desconheço, mas imagino que antes de tudo é não se "drogar". Conhecer alguém devagar, aproveitar aquelas leves empolgações que o contato humano pode gerar sem exageros, por mais que você adore altos e baixos e o "high" que esse sentimento pode trazer que é melhor que qualquer droga inventada. E claro, não tentar se julgar segundo o que a outra pessoa vê, mas ser mais seguro de quem você é pelos seus próprios olhos. Ficar feliz e aproveitar os momentos mais normais, mundanos e comuns com alguém, sem demasiadas expectativas. Sentir-se sim vibrante e cheio de vida todo santo dia, mas não somente quando você está super bem ou na pura merda. Porque mesmo nesses dias sem graça e ordinários ainda estamos aqui, ainda importamos e ainda estamos muito vivos.


segunda-feira, 28 de março de 2011

Los caminos de la vida



Los caminos de la vida,
no son los que yo esperaba,
no son los que yo creia,
no son los que imaginaba

Los caminos de la vida,
son muy dificiles de andarlos,
dificiles de caminarlos,
y no encuentro la salida.

Yo pensaba que la vida era distinta
cuando era chiquitito yo creia
que las cosas eran facil como ayer
que mi madre preocupada se esmeraba
por darme todo lo que necesitaba
y me doy cuenta que tanto asi no es

porque a mi madre la veo cansada
de trabajar por mi hermano y por mi
y ahora con ganas quisiera ayudarla
y por ella la peleo hasta el fin
por ella luchare hasta que me muera
y por ella no me quiero morir
tampoco que se me muera mi vieja
pero yo se que el destino es asi

domingo, 27 de março de 2011

Bored Couples

Casal entediado num barco entre a Finlândia e Suécia

Casal entediado na Finlândia

Casal entediado no Reino Unido

Mulher apreciando a bela paisagem da parede ao lado de seu marido em Paris

Às vezes a gente reclama do tédio, mas nada pior do que quando esse tédio tem companhia. Aí incomoda, aí te faz pensar um monte de coisas que talvez não sejam boas, aí te deixa para baixo porque você não consegue ter um momento divertido com fulano. Tédio bom e de qualidade, do tipo que te faz descansar e limpar a mente, é solitário e silencioso.

Talvez por isso me dá uma agonia enorme ver essas fotos da série Bored Couples, do fotógrafo Martin Parr. Elas são de 20 anos atrás e mostram casais que tem todos uma coisa em comum: uma cara enorme de cu. Gente com semblante que comeu e não gostou, pessoas numa dança que mais parece feita por robôs, casais que não se olham mesmo estando sentados frente a frente num restaurante, indiferença total e irrestrita. Um momento de plena solidão a dois.

As poses não foram forçadas e até mesmo o fotógrafo diz que não sabe se os casais realmente estão cheios de tédio. Mas que parecem, parecem muito!

Mais das fotos entediadas aqui.

Site do fotógrafo: http://www.martinparr.com/

sexta-feira, 25 de março de 2011

Curitiba Merece uma Estátua do Oil Man


Todas as cidades devem homenagear seus heróis. Se conseguiram juntar dinheiro pra uma estátua do Robocop em Detroit, por que não uma estátua do Oil Man em Curitiba?

quinta-feira, 24 de março de 2011

Salud, dinero y amor



Calamaro, nos seus tempos de Los Rodríguez, mas sempre gênio.

Brindo por el recuerdo y también por el olvido
Brindo porque esta noche un amigo paga el vino!

Rebecca Black: ame-a ou deixe-a



Muito tem se falado nesse vídeo. Rebecca Black. Ela é produto mais bem-sucedido da Ark Music Factory, uma espécie de empresa que grava canções e vídeos para adolescentes americanos que tenham pais dispostos a pagar isso. Uma olhada rápida no portfolio da Ark revela outros vídeos bem parecidos, como Ariana Dvornik, CJ Fam (minha preferida) e Britt Rutter (que também já ultrapassou um milhão de views) e a Sara Maugaotega. Em comum as letras rasas, videoclips mega simples mas produzidos de forma ok e uma cantora com nenhuma cara de estrela.

Mas nenhuma delas é tão genial Rebecca Black, nenhuma apareceu nos jornais, virou Trending Topic no Twitter e virou parte da cultura pop mundial com milhares de remixes e versões. Por que ela bombou e as outras não?

Não sei e acho que ninguém sabe. Por favor me mostrem um exemplo de uma pessoa que planeja conscientemente passo a passo a produção de um vídeo viral que ultrapassa a casa dos 40 milhões de views. Qual o segredo? São muitos especialistas em internet, muitas tentativas de explicar e nada plausível. O fato é que as respostas e a teorias vem sempre depois que um viral explode. Mas antes dele, para criar um ainda não vi nada realmente convincente.

Só sei que a música de Rebecca, comparando com as outras coleguinhas da Ark, é a que mais escancara os clichês do pop. Um cuspe na cara de todo mundo da música. A letra é imbecil de óbvia com "Ontem foi quinta, hoje é sexta e amanhã é sábado" ou "Tenho que decidir se sento no banco da frente ou de trás do carro" mas retrata bem a vidinha média de um adolescente americano, a voz da guria é totalmente manipulada por aqueles softwares que afinam a voz e o vídeo tem efeitos tosquíssimos de efeitos especiais. Mesmo com tudo isso está a música está sendo vendida a rodo na Itunes Store. Ou seja, é ruim mas o povo tá comprando. Talvez o mundo está ficando tosco, quem sabe essa seja a resposta para muitas coisas nessa vida.

Enquanto isso no Gmail.

Troca de emails real que aconteceu comigo hoje. Não tenho a mínima ideia de como o cara achou que eu fazia simpatia.


Olá! Eu gostaria de saber quanto custa e o que é necessário para fazer essa "amarração"!

Atenciosamente, Gustavo!

Oi Gustavo,

de qual amarração exatamente você está falando? Tudo depende do caso.

abraço,

É uma ex-namorada que eu não consigo esquecer!

Oi Gustavo,

Conte mais do caso para eu ficar sabendo.
Você quer esquecê-la ou trazê-la de volta?


Eu quero tê-la de volta!


Já falou isso pra ela? Já disse claramente o que vc quer e sente?
Faça a sua parte. Faça tudo o possível para não se arrepender mais tarde.
Depois sim apele para amarração. É a última saída.

Eu já coneversei muito com ela.... mas ela está muito insegura por algumas coisas que aconteceram enquanto estávamos juntos, e por isso ela resolveu terminar o namoro!

Então preste atenção


Escreva o nome da pessoa num papel branco, à meia noite de uma sexta- feira, enterre o papel todo dobradinho debaixo de um pé de chorão, pense firme no seu retorno e urine em cima.

Ok.... obrigado, mas quanto você vai cobrar por isso?

Primeiro faça e veja os resultados. Depois você diz se surtiu efeito e paga o quanto seu coração mandar.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Como certas bandas nos fazem sentir

The National


Adultez, maturidade, desemprego, desilusões, corações partidos de forma cirúrgica. The National te faz sentir como um pai de família de 38 anos, divorciado, com um ou dois filhos para criar, alguns outros problemas para contornar, mas que está com seu copo cheio com o melhor whisky possível numa noite soturna pensando "Eu fiz o meu melhor e é isso que me tornei hoje. Talvez eu devesse ter feito uma ou outra coisa diferente, mas aí eu deixaria de ser eu mesmo". Taí uma coisa interessante das músicas do The National: não existe arrependimento do que passou. Só uma reflexão que certas coisas não saíram do jeito planejado, que na verdade todo mundo está ferrado, cada um do seu jeito.

Portishead


Let's get it on, baby! Meus caros, existem poucas certezas nessa vida, mas uma delas é que Portishead te faz sentir o rei das fodas worldwide. O som da banda combina perfeito com uma putaria. Coloque "Glory Box" para tocar, apague as luzes e apenas espere que two become one. Pode ser meio clichê, mas Portishead desperta o luxúria e a lascívia de qualquer pessoa, até mesmo a Sandy. Te faz sentir sacana, te dá vontade de brincar com chicotes, facas ou nunchaco. Mas não perca o controle! Isso tudo pode machucar. Mas que Portishead é praticamente um viagra musical, isso é. E no final de tudo, você ainda pode colocar "It Could Be Sweet" ou quem sabe até mudar de artista e colocar Feist, para aquele momento de conchinha ou cucharita, como dizem na Argentina, ser ainda mais terno.

Qualque música Dance dos anos 90


Você está pronto para sair para a náite. Hoje você pode tudo, tu é o cara. Até a Britney Spears te passa confiança, aconselhando que você aproveite o máximo num clube cheio de pessoas bonitas e divertidas. Essa realidade é paralela, praticamente não existe, mas não importa porque essa música te faz sentir bem e dançar lembrando que tudo é possível porque there's a party tonight. Tudo que você precisa é apenas mais uma música na pista. DJ, toque Shakira and save my life. Double You lembra que as coisas eram fáceis e descomplicadas quando você tinha 14 anos e que ser feliz era bem simples. Por que hoje não?

Jens Lekman


Liberdade. Total falta de noção para dançar como um curupira que cheirou lança-perfume num campo de alfazemas da Noruega numa tarde de outono. Ninguém está te olhando e você pensa que até pode ser o namorado de mentira daquela sua amiga lésbica só para que o pai dela fique feliz e troque emails com você. Mas se algo dá errado na vida, o Jens deixa você achar que isso só acontece com a sua pessoa. Ninguém no mundo é mais azarado, mais injustiçado, mais mal amado que você e que mesmo assim continua sendo perfeitamente normal cantar letras como "I would cut of my right arm to be someone's lover".

Andrés Calamaro


Você é um poeta das ruas, com a pele curtida pelo sol e a voz rouca gasta pelo excesso de álcool, cigarro e mulheres. Ou seja, excesso de vida. Essa vida bandida te fez mais sábio, um tanto quanto dramático e consciente para poder aproveitar todo e qualquer momento de alegria. Sábio para não ligar que pensem que você é brega quando grita forte "Tengo abierto el mini-bar y cerrado el corazón", dramático para gritar a todos pulmões "Quiero vivir dos veces para poder olvidarte" e consciente para às vezes perder o controle com uma rima pobre mas eficiente: "Yo soy un Loco que se diò cuenta que el tiempo es muy poco". Calamaro te motiva a dar uma grande banana para o que os demais pensem. A vida é para ser vivida e não pensada. Pensar demais cansa e você precisa ser um pouco irracional e animal, mas sem nunca perder a pose.

Qualquer música em Francês


Escutar qualquer música em francês te dá vontade de fumar um cigarrinho na banheira, tomar uma bela taça de vinho e ler um bom livro, porque esses são os grandes prazeres da vida. Você ouve uma música da qual não entende praticamente nada, mas mesmo assim sente uma vontade urgente de pegar o primeiro voo para Paris, alugar um apartamentinho de merda só para poder fazer a sua arte: tirar fotos ou escrever um romance. Você se imagina passando dias totalmente solitários mas cheio de poesia francesa advinda das ruas. Por total acidente você encontraria uma moça de cabelos curtos, chamada Madeleyne, num café, que te apresentaria ao seu mundo parisiense, os castelos ao redor da cidade, um pic-nic numa ilha exclusiva do Sena, seus amigos franceses e todo "joie de vivre" que você nunca viverá. Logo vocês se apaixonariam e estariam sentados no apartamento enfumaçado dela, tomando mais vinho, fumando como se não ouvesse amanhã e escutando Edith Piaf porque afinal isso que é a vida.

The National - So Far Around The Bend



Só para não perder o costume, um postzinho com uma música do The National.

I know you're a serious lady
Living off a teacup full of cherries
Nobody knows where you are living
Nobody knows where you are

Take a bath and get high through an apple
Wanted to cry but you can't when your laughing
Nobody knows where you are living
Nobody knows where you are

You're so far around the bend
You're so far around the bend

I'll run through a thousand parties
I'll run through a million bars
Nobody knows where you are living
Nobody knows where you are

You've been humming and I think it's forever
Praying for pavement to get back together
Nobody knows where you are living
Nobody knows where you are

You're so far around the bend
You're so far around the bend

terça-feira, 22 de março de 2011

Un cuento chino



Novo filme do Darín, que estreia essa quinta na Argentina.

Japagode



Japas + Pagode = Japagode

Tipos de pessoas para você sair.


Você pode sair com alguém no verão e, meu amigo, no verão não existem regras nem cobranças. Essa pessoa pode não ter nada a ver com julho, quando você está usando casacos grossos e espirrando fumacinha pela boca, mas ela pode se encaixar perfeitamente no finalzinho de dezembro ou em janeiro quando rola fácil um convite para a piscina do prédio do seu pai. Seus corpos vão se grudar de uma maneira impensável no calor e estar juntos pode ser até meio nojento algumas vezes com tanto suor, mas vocês ficarão desse jeito mesmo assim. Estar numa vibe fim de ano ou férias é perfeito, porque afinal tudo isso nao passa de uma pausa na sua vida real. Um período do ano em que você usa pouca roupa, bebe cerveja a qualquer hora do dia e não se preocupa em acordar cedo. Sua pele vai ficar morena, a areia vai grudar no suor de vocês e o cheiro de Sundown vai ser forte. Mas no fundo você vai achar isso muito sexy. Quando começar a época dos casaquinhos indies da Adidas você já estará de volta ao trabalho, seu amor de verão irá aos poucos desaparecer e o romance permanecerá como uma singela lembrança de um fim de semana perdido na praia. Mas está ótimo assim. Quem ama no verão tem uma dificuldade enorme de amar em outra estação.

Você pode sair com alguém que gosta muito mais de você do que você gosta dela. Ela vai te jogar um olhar de completa adoração, com um queixo caído que te fará sentir o cara mais charmoso da face da terra. Você será mais focado no trabalho, terá mais base e essa pessoa te ensinará como se sentir adorado. A balança do amor e dedicação entre vocês será claramente desigual, mas você vai tentar te convencer que está se apaixonando aos poucos por ela, bem aos poucos mesmo. Depois de um tempo perceberá que não está realmente se apaixonando e que isso não vai acontecer mesmo. Nada que a pessoa fizer vai mudar isso. Daí então começará a se sentir culpado e uma tristeza se instalará dentro da sua pessoa. Você olhará para aquela cara de gatinho do Shrek com um sorriso super doce da moça e terá vontade de cuspir nela. Suas atitudes começarão a ser de um completo canalha e você comecará a se odiar por não conseguir corresponder a tanto amor e doçura. Há certas pessoas que estão destinadas a ter seus corações destroçados e outras a destroçar corações. Você nunca sabe o que é pior.

Você pode sair com alguém que te trata como merda, uma sociopata que tem uma energia intoxicante que de alguma maneira te suga. Depois de alguns meses você estará completamente perdido num meteoro da paixão, criando desculpas para o péssimo comportamento e atitude dessa pessoas e falando para os seus amigos "Não é isso. É que vocês não conhecem ela como eu". Mesmo sabendo que isso é uma grande mentira, aquelas raros momentos de ternura te envolverão como nunca, fazendo tudo valer a pena. Com sorte você vai acordar para a vida e ficar cansado de tanto sofrimento e manipulação emocional. Alguns dos seus amigos contarão histórias do tipo "Todo mundo, em algum momento da vida, já teve alguma pessoa assim". Provavelmente isso é dito para te fazer sentir melhor, mas não vai adiantar. O melhor de tudo é que você nunca se culpará pelo fim do caso. A culpa sempre é dela.

Você pode sair com alguém que é muito, mas muito mais atraente que você e se maravilhar com aquele corpo perfeito e a pele de porcelana. A clávícula dela é tão bonita, não é? Ame-a loucamente principalmente quando ela estiver pelada que ela te amará mais quando você estiver vestido. Você será o mais inteligente do casal, o que tem mais carisma, empatia, amigos e jogo de cintura, mas no fim quem acabará se sentindo que nunca foi adequado é você mesmo. Quando saírem juntos todo mundo vai olhar e pensar "O que aquela deusa está fazendo com aquilo?". Ao menos é isso que você vai pensar que vão estar pensando sobre você. Sair com alguém muito mais bonito que você te fará uma pessoa totalmente paranóica e insegura. Mesmo que a bela pessoa da relação te faça juras de amor, isso não será o suficiente e você terminará tudo porque não quer se sentir como o corcunda de notre dame ao lado dela. Você sentirá saudades eternas daquela maravilhosa clavícula

Você pode sair com alguém que nunca se apaixonou antes. Ela vai te lembrar constantemente daquele sentimento adolescente que é ótimo e inebriante. Ela dirá coisas bizarramente intensas bem rápido, sem perceber o quanto aquilo é sério e comprometedor. Também fará grandes gestos de amor para você porque, afinal, ela ainda não sentiu o gosto amargo de ter um amor em ruínas. Ela não descobriu o quanto as pessoas podem ser cruéis, egoístas e como elas podem te decepcionar de maneiras nunca antes pensadas. Cedo ou tarde você perceberá que será um professor nos assuntos de decepção e instabilidade para ela. Quando você der os mínimos sinais de desinteresse, ela começará a captar todo seu azedume. Num tipo de osmose do amor, no fim essa pessoa vai acabar herdando um pouco da sua amargura, decepção e descrença nas relações humanas.

Você pode sair com alguém que é certo para você. Ela terá uma clavícula normal, será estável, já foi apaixonada antes, já viveu coisas boas e coisas ruins, tomará conta quando você estiver doente, de vez ou outra será irônica de um jeito agressivo, te decepcionará, te amará, te odiará mas te amará de novo mais ainda. Você não vai se preocupar sobre quem é o mais bonito ou qual ama mais da relação. Isso apenas não vai passar na sua cabeça e você nem vai perceber isso. É aí que a coisa tem chances de dar certo. Você não se preocupará, apenas pensará em coisas bonitas.

As pessoas com quem você sai ou namora não precisam ser necessariamente as pessoas que você ama. E está ótimo assim. É tanta gente diferente que passa na sua vida que é possível criar várias teorias sobre tudo. Você sai com alguém que te trata mal quando você se odeia? E depois você sai com alguém que te adora só pra se sentir amado e não amar de volta? O objetivo é estar bem consigo mesmo, sem maiores dramas ou traumas para daí sim gostar de alguém só porque essa pessoa é adorável, adora falar das mesmas coisas que você e te faz feliz. É simples, não é? Te gosto, você gosta de mim. O fim.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Como ficar afim de alguém


Tenha uma vida tediosa, solitária, medíocre e sem grandes emoções. Um belo dia encontre uma garota bonita numa festa, no trabalho, no ponto de ônibus ou no mercado quando você está comprando pão integral. Dê aquela boa segunda olhada para ela, a olhada que definitivamente identifica a pessoa e te faz pensar: "mas peraí, é bem possível que eu te ache maravilhosa, queira dormir com você, me apaixonar e até casar". Tenha então alguns momentos de uma conversa nervosa e desnecessária do tipo: "Oi, você compra sempre isso? Recomenda essa marca de bolacha" ou "Você não pega tal ônibus todo dia às 8h30 no lugar tal?" ou "A gente começou a trabalhar no mesmo dia, não foi?". Faça uma troca de calorosa de sorrisos imbecis e injete muita adrenalina no seu corpo com aquela empolgação babaca.

Pergunte o nome dela (para depois procurar nas redes sociais) e o número do celular, para vocês trocarem sms. "Me manda uma mensagem então. Foi ótimo mesmo te conhecer. Tô indo agora. Não agora agorinha, mas daqui a pouco. Quer dizer...". Aí está outro detalhe essencial. Perca totalmente a capacidade de falar com um nível mínimo de articulação. Na verdade, comece a pensar se você se tornou um débil mental, mesmo que temporariamente.

Saia andando desse encontro casual se sentindo muito eufórico. Ligue para os seus amigos ou converse com eles pelo Gtalk sobre essa pessoa que, numa realidade paralela criada pela sua mente doentia, você poderia criar filhos juntos. Comece a se sentir uma derrota porque você não sabe nada sobre ela. Foram só seus neurônios e sua química mental que acharam legais como ela é e o que ela falou. É isso. Mas mesmo assim se segure a essa sensação parecida a uma viagem num ácido que você está tendo. Sinta-se um completo imbecil por descobrir que essa nova pessoa, que há poucas horas você nem sabia que existia, agora tem o poder de te deixar extremamente feliz ou mais louco que o Bozo.

Comece o doloroso e aterrorizante jogo do SMS. Escreva sabendo que, a partir do momento que você enviar a mensagem, gastará todos os segundos seguintes obcecado por descobrir se ela vai responder ou não. O texto do SMS precisa ser amigável, mas não desesperado. Faça uma referência engraçadinha a algo que vocês conversaram antes e deixe claro que você gostaria de vê-la novamente. Consulte uma manada de amigos sobre a quantidade de vírgulas usar e quais as palavras certa para fazer uma mensagem de texto perfeita. Coisas como "É melhor dizer que 'foi ótimo conhecer ela?' ou devo dizer apenas que foi 'legal conhecê-la?'. Qual soa melhor?". Aperte logo "Enviar" e transforme-se automaticamente numa pilha de nervos ansiosos.

Passe quatro horas sem nenhuma resposta. Fique nervoso, histérico, louco, beba muito café, chame um amigo para sair e tomar uma cerveja, mas não deixe de checar seu celular loucamente a cada 2 minutos. Sinta o telefone vibrar e tenha a mesma emoção de quando o Brasil ganhou o penta. Descubra depois que era apenas o Itaú avisando que receberam o pagamento do seu cartão de crédito. Responda a mensagem como um lunático "PORRA ITAÚ, NÃO ME FODE".

Oito, nove, dez hora passarão sem resposta. Vai ser hora de chamar uma cúpula de amigos num bar ou numa janela do MSN para discutir o que aconteceu. "Talvez ela esteja trabalhando. De repente ela esqueceu o telefone quando foi almoçar com a vó. Quem sabe ela foi sequestrada. Numa dessas fui burro e anotei o número errado dela. Talvez". Tome Rivotril para se acalmar e dormir. No dia seguinte acorde meio zonzo e perceba que há uma nova mensagem de texto no ceu celular. É da guria e ela diz "Hey! Bom te conhecer também. Como você está?". COMO EU ESTOU? SÉRIO? Estou esperando loucamente você responder meu SMS para me sentir vivo outra vez, sua anta! Sinta-se o gosto da derrota por perceber que em nenhum momento da mensagem ela mencionou ou concordou em querer ver você outra vez. Responda a mensagem com algo do tipo "Estou ótimo! Quais seus planos para essa semana? Vamos combinar alguma coisa?". Pense duas vezes e reflita se você não está sendo agressivo demais, mas mande a mensagem mesmo assim.

Daí começa a dolorosa dança do SMS. Ela responde suas mensagens um dia depois e com bem menos entusiasmo. Mostre a mensagem para seus amigos e pense coisas como "Ela deve estar bem ocupada. Ela deve ser ruim de sms, é isso!". Ria da sua situação freneticamente e faça todo mundo achar que você é um freak. Perceba que aos poucos seus amigos mais próximos vão querer te acalmar. E além de tudo, você nem conhece essa pessoa. Sério! Conscientemente você tem noção de como tudo é absurdo e foge da lógica, mas ela é uma moça bonita. Moças bonitas que são legais com você ganham da lógica, ganham da matemática, ganham até de mestrados, doutorados e até mesmo fazem você esquecer o quanto já se fodeu ao longo da vida. Moças bonitas > qualquer coisa.

Passe as próximas duas ou três semanas com o pensamento de que a pessoa que você conheceu rapidamente, transformando-a numa obsessão, apenas não vai rolar. Comece a ficar menos afim, pensar menos em como sua vida seria melhor com ela. Desinfecte-se. Faça terapia, acupuntura ou apenas fique bêbado para limpar seu cérebro. De forma devagar volte a ser uma pessoa normal e sana novamente.

Um mês depois encontre a moça no Facebook. Veja que ela gosta de Paulo Coelho, U2, Capital Inicial. Esqueça-a completamente.

quinta-feira, 17 de março de 2011

quarta-feira, 16 de março de 2011

Como Alain de Botton pode mudar sua vida

"Há poucas coisas às quais os seres humanos se dedicam mais que à infelicidade. Tivéssemos sido colocados na Terra por um criador maligno para o único propósito de sofrer, teríamos boas razões para nos congratularmos pelas nossa resposta entusiástica à tarefa que nos foi dada. Sobram razões para o desconsolo: a fragilidade de nossos corpos, a inconstância do amor, a insinceridade da vida social, os compromissos da amizade, os efeitos mortais do hábito. Em face dos problemas tão persistentes, poderíamos esperar, naturalmente, que nenhum acontecimento fosse aguardado com maior expectativa do que o momento da nossa extinção".
Esse é só o primeiro parágrafo de "Como Proust pode mudar sua vida" do Alain de Botton.

É o terceiro livro que já leio do cara e farei o possível para ler todos que puder, por mais que muitas vezes haja um cheirinho de auto-ajuda de grife em seus escritos.

Cry Baby: The Pedal That Rocks The World

Cry Baby: The Pedal That Rocks The World from Joey Tosi on Vimeo.



"Cry Baby: The Pedal That Rocks The World" é um documentário de quase uma hora sobre o "uá-uá" ou "wah-wah", aquele pedal tão clássico da música.

Desde sua invenção, o primeiro artista que gravou e sua popularização no rock, na indústrica pornô, está quase tudo no vídeo. Logo de cara tem o Slash falando sobre. Não vou dizer que é obrigatório, mas que é muito curioso ficar sabendo disso é!

Vi aqui.

terça-feira, 15 de março de 2011

El Cuarteto de Nos - Miguel Gritar



Fazia tempo que uma das minhas bandas preferidas do mundo hispano hablante não lançava nada. "Miguel Gritar" é do disco Bipolar, lançado em 2009.

O clip é estranho, assim como as letras desses uruguaios, e foi filmado em Castillos, no interior do país, que na verdade parece qualquer cidadezinha pacata do Uruguai como Carmelo ou Colônia.

No entiendo que pasa
Trabajo como un burro y no puedo comprarme casa
Y nada, me asombra
Y estoy tan tranquilo, como una bomba
La vida me dio boca de jano,
Siempre fue el ultimo orejón del tarro
Y no doy mas una mano
Este mundo no esta sano
Y no aguanto ni un minuto mas

The National - Think you can wait



Think you can wait, nova música do The National feita para o filme "Win Win", que tem nada menos que Paul Giamatti no elenco.

Matt Berninger, o vocalista, disse que a banda compôs a cancão depois de ver o filme, inspirados na história de pessoas normais e boas que tentam fazer o seu melhor e batalham para continuarem boas.

"Think you can wait" foi gravada no estúdio da banda e rola nos créditos do filme. A moçoila Sharon Van Etten também aparece nos vocais.

Mais do Matt sobre a música:

"We knew he was a serious director," Berninger said, mentioning that he enjoyed McCarthy's directorial debut "Station Agent" and 2007's "The Visitor."
The material of "Win Win" was "just the kind of thing our music would work well for."
"It's about very normal and good people trying to do their best and the struggle to be good," Berninger says.
So upon viewing the movie while on tour, Berninger began cobbling together melody ideas and working with his wife on lyrics. When the band returned to Brooklyn, they hit cohort Aaron Dessners' home studio with Brooklyn neighbor and frequent show opener Van Etten and producer Peter Katis. All in all, "Think You Can Wait" was only completed a month ago.
"This was the first time we had written specifically for a film," Berninger told me. "We wouldn't normally do that, but Tom McCarthy's movies are so good. Watching ['Win Win'] helped inspire the way the song was written. I mean, it isn't at all narrative to what happens in the movie -- we don't mention Paul Giamatti by name or anything. But it was fun, and it's a good song, we're very proud of it."

Ir-se não é nada

"Ir-se não é nada, a coisa é dar-se conta de que há uma mecânica de chiclete no processo, pois é como se você ficasse aderido e aos poucos vai-se estirando". Ou quando diz: "apenas a contemplação de um envelope, ou o cheiro do papel, me devolvem a chicotadas a Buenos Aires."

Do novo livro póstumo do Cortázar, que é uma troca de cartas com seu velho amigo.

Daqui.

segunda-feira, 14 de março de 2011

The Gift: Made for you



Xuxubeleza essa música Made for you do grupo The Gift que, por mais que cantem em inglês, são uma banda portuguesa com toda certeza.

A introducão é longa, mas vale a pena esperar.

Ou algo assim


Né?

daqui.

sábado, 12 de março de 2011

Odair José Feelings



Felicidade não existe.
O que existe na vida são momentos felizes.

O Lado Fatal

Não digam que isso passa,
não digam que a vida continua,
e que o tempo ajuda,
que afinal tenho filhos e amigos
e um trabalho a fazer.
Não me consolem dizendo que ele morreu cedo
Mas morreu bem ( que não quereria uma morte como essa?)

Não me digam que tenho livros a escrever
e viagens a realizar.
Não digam nada.

Vejo bem que o sol continua nascendo
nesta cidade de Porto Alegre
onde vim lamber minha ferida escancarada.

Mas não me consolem:
da minha dor, sei eu.


Achei "O Lado Fatal" entre as dezenas de livros que estão na estante do meu apartamento aqui em Porto Alegre.

Não conhecia bem a história da Lya Luft e nem do que originou esse livro. São poemas fortíssimos e todos com a mesma temática: a morte do seu marido Hélio Pellegrino.

sexta-feira, 11 de março de 2011

The National em Buenos Aires.


O dia que você confirma que vai ver a banda que mais escutou nos último anos só pode ser um bom dia.

Melhor ainda saber que irei vê-los no La Trastienda, em Buenos Aires, um lugar lindíssimo para shows médios e palco de momentos sensacionais da minha vida. Foi lá, por exemplo, que vi o Jens Lekman, numa noite mágica onde o sueco pos aquela argentinada toda pra dançar ao som de suas músicas com letras bizarras. Uma apresentação perfeita, principalmente no timing em que vi o cara. Era apenas quem mais escutava na época e só isso bastava.

Às vezes me frustro um pouco porque o artistinha que vive dentro de mim quer escrever coisas legais, compor músicas decentes e fazer coisas diferentes. Mas quando escuto The National, Jens Lekman e o Andrés Calamaro parece que nada mais precisa ser dito. Tudo que sinto e penso sobre o mundo já está traduzido. Tudo está ali. Meu nível de adoração por esses caras beira a insanidade.

Sem contar é claro, a a legria de saber que passarei mais uns dias a Buenos Aires. É incrível como fico contente ao voltar pra essa cidade de que tanto quis fugir. A grande alegria está em saber que é só uma visita, que vou pra Buenos Aires mas volto. Aproveito o que ela tem de melhor apenas e deixo os seus problemas pros porteños que lá habitam.

Enfim, hoje, sexta-feira, está sendo um bom dia.

quarta-feira, 9 de março de 2011

sexta-feira, 4 de março de 2011

Eu fico triste quando chega o carnaval



Carnaval nunca foi a minha. Às vezes tento driblar o assunto em conversas, dizer que até curto, mas a grande verdade que não é pra mim. Quanto mais longe de aglomerações, melhor.

O que mais me incomoda no carnaval é essa ditadura da felicidade. Todos tem obrigação de estar irradiantes, pulando como loucos e aproveitando o máximo.

Também não concordo com isso de planejar tanto, viajar pra estar numa multidão em outra cidade, comprar abadás, beber todas, pegar geral só pra estar feliz. Alegria não precisa de planejamento. É bem simples. Ou a gente é feliz no agora ou não é. Devemos estar bem com a gente sempre e não só irradiar uma alegria forçada durante quatro dias.

Fora que dizer aos quatro cantos que você está alegre é que nem falar pra todo mundo que você não está bêbado. No fundo você está mentindo pra si mesmo.

Bom Carnaval para vocês.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Coffee Confessions



Adorei esse séria The Coffee Confessions. E curti mais ainda ao ver que o primeiro deles, esse vídeo acima, é com a venezuelana que melhor fala português em toda Argentina: Ana Laya.

Me identifiquei um monte com o que ele falou, talvez por essa coisa de mudar tanto, não saber onde mais você é e estar cansado de tantas coisas.

O site do The Coffee Confessions:
http://thecoffeeconfessions.wordpress.com/
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