terça-feira, 29 de março de 2011

Junkie Emocional


Todo mundo curte sentir adrenalina invadindo seu corpo, aquele sentimento extremo que faz você se sentir vivo pra caramba e que tudo é possível. Tem gente que pula de aviões, outros de bungee jump, alguns disputam rachas de carro e outros mesmo se perdem nas drogas. Às vezes acho que muita gente, eu mesmo incluído, acaba buscando essa adrenalinas nas emoções. E elas são muitas, nos alerta Roberto Carlos.

Quando estou "drogado" por alguém sinto que posso qualquer coisa, Leonardo di Caprio gritando "I'm the king of the world" em Titanic. Adoro meu trabalho que me faz feliz, me sinto bem-sucedido, meus amigos me amam e me dou bem com todos e me orgulho muito da vida que levo, mesmo que more num apartamento horroroso. Resumindo de um jeito bem brega: a vida tem mais cor. Tudo isso porque sinto algo por alguém e é recíproco. Parece que me vejo com os olhos dessa pessoa e me acho bonito, inteligente e super engraçado. Algo como aquela cena de "500 dias com ela", quando o cara acaba de acordar ao lado da Zooey Deschannel e começa a andar na rua dando oi pra todo mundo e dançando com passarinhos pousando na sua mão (vídeo lá embaixo). Sabe? Parece que o mundo todo é meu melhor amigo. É bem assim que me sinto. Um tsunami de alegria destruindo qualquer mau-humor na minha frente.

Mas aí quando esse tsunami vai embora, e comigo ultimamente sempre vai, me sinto destruído, um viciado em heroína saindo do rehab todo suado e com olhos esbugalhados. Acaba a fase em que você se sente galã poderoso. Agora você se sente o cara mais horrível, sem graça, injustiçado, sem talento e podre da humanidade (Coisas que temos plena consciência que não são reais quando você não está drogado de emoções, mas que mesmo assim você não deixa de pensar) Não, não quero me sentir assim, mas não posso negar que isso me dá inspiração, me faz me sentir vivo, mesmo querendo morrer. E muitas vezes me pergunto se prefiro estar assim podre, porque pelo menos estou sentindo alguma coisa, do que estar meia-boca levando dias mais ou menos totalmente sem graça.

A solução para isso desconheço, mas imagino que antes de tudo é não se "drogar". Conhecer alguém devagar, aproveitar aquelas leves empolgações que o contato humano pode gerar sem exageros, por mais que você adore altos e baixos e o "high" que esse sentimento pode trazer que é melhor que qualquer droga inventada. E claro, não tentar se julgar segundo o que a outra pessoa vê, mas ser mais seguro de quem você é pelos seus próprios olhos. Ficar feliz e aproveitar os momentos mais normais, mundanos e comuns com alguém, sem demasiadas expectativas. Sentir-se sim vibrante e cheio de vida todo santo dia, mas não somente quando você está super bem ou na pura merda. Porque mesmo nesses dias sem graça e ordinários ainda estamos aqui, ainda importamos e ainda estamos muito vivos.


Um comentário:

claudemir disse...

Sentir-se medíocre vendo um dia mais ou menos depois do outro passar no calendário é pior que qualquer dor de cotovelo.

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