segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Yo no sé mañana



Hit perfeito do Príncipe da Salsa, pra quem nunca soube de nada e está mais perdido que filho de kenga no dia dos pais.

Esta vida es igual que un libro
Cada pagina es, un dia vivido
No tratemos de correr antes de andar
Esta noche estamos vivos
Solo este momento es realidad
No, no, no seeee

Esta vida es una ruleta que tira sin parar
Yo no se si tu, yo no se si yo, como sera el final
Puede ser peor, o puede ser mejor
Deja que el corazon decida vida mia lo que sentimos

A primeira vez



Estou em Porto Alegre. Vim para passar um mês, mas nem reclamaria muito se nem voltasse.

Por enquanto tudo está uma beleza. Os gaúchos dizem muito mais "bom dia" do que os curitibanos e parecem mais simpáticos.

Estou num centro não muito central assim. O lugar me lembra um pouco a San Telmo de Buenos Aires, com seus prédios antigos, os moradores que se conhecem, os pequenos comércios que parecem que estão ali há séculos.

No mais é isso. Estou adorando essa sensação de ver tudo pela primeira vez, descobrir lugares e pessoas. Pretendo ficar o menos possível na internet e ler pelo menos 10% dos livros lá do apartamento.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Prazer, Duc des Esseintes

O Duc des Esseintes morava sozinho numa grande vila nos arrabaldes de Paris. Ele raramente saía, para evitar o que chamava de feiúra e estupidez de outras pessoas. Uma tarde, quando era jovem, aventurou-se a ir ao vilarejo próximo por algumas horas e percebeu que sua aversão pelas pessoas se tornava feroz. Desde aquela época, preferia passar os dias sozinho na cama em seu escritório, lendo os clássicos da literatura e formulando pensamentos ácidos sobre a humanidade.


A Arte de Viajar, Alain de Bottom.

Bruna Surfistinha, eu vi.



"Bruna Surfistinha" nem é tão ruim assim, é bem ok. Tem cenas de sexo caprichadíssimas, outras bem engraçadas, uma trilha sonora com Radiohead, uma Deborah Secco muito bem. Mas é só isso.

O grande problema é que é previsível. Não existe nada ali que não seja esperado. E mesmo se tratando de um filme baseado numa história real o roteiro poderia sair um pouco do feijão com arroz e ousar mais. Ousadia não é só cena picante (isso tem de sobra), mas quebrar um pouco a mesmice e surpreender quem assiste.

Mesmo assim, acho que vale a pena ver o filme. E digo isso para a maioria dos filmes nacionais que entram em cartaz. É interessantíssimo ver atores e caras conhecidas fazendo coisas além da novelinha diária sem sal.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Sonhar pequeno


Às vezes me impressiono com a minha grande capacidade de sonhar pequeno. Quando sonho mal lembro o que sonho quando acordo. Quando lembro é sempre algo tão irrelevante que dá raiva.

Podia sonhar que tinha um tórrido romance com uma Zooey Deschannel que me chame para pontas em seus filmes ou um rockstar que toque o último hit que compus no violão chamado "Garçom de Churrascaria" para uma multidão de 200 mil pessoas ensandecidas.

Mas não, o último sonho que lembro foi de estar discutindo loucamente por um troco errado num estabelecimento comercial qualquer sem qualquer glamour. Não era uma discussão num restaurante de Veneza, nem de Paris, muito menos um bate-boca com Richard Ashcroft do meu lado. Era apenas um desperdício de sonho.

Lembro que vi no Mundo de Beakman, quando eu era criança, uma espécie de fórmula para escolher o que você sonha. O Beakman explicava, ao lado do rato Lester, que era preciso imaginar coisas antes de dormir e fazer ligações com o que essas coisas te lembravam. Era algo assim. Comigo nunca deu certo. Continuo sonhando pequeno.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Canção pra não voltar



Lindeza essa música da Banda Mais Bonita da Cidade, um dos vários projetos do canalha mór Rodrigo Lemos.

Extraño

Ando em crise com esse blog desde o momento que o criei. Ele não tem foco, não é sobre nada, não diz a que vem.

Abro o blogger e fico olhando para um quadrado em branco esperando minhas letras. Prometo que não vou escrever nada sobre mim, mas aí começo a digitar e no final do texto vejo que não consegui fugir disso. Na maioria das vezes apago tudo e deixo pra lá.

Estou a poucos dias de começar uma nova jornada, novamente numa cidade estranha, e ando pensando bastante em Buenos Aires e o que me fez sair de lá. Bateu saudade de alguns detalhes dessa cidade que tanto odiei e amei, algumas coisas frívolas e outras nem tanto. Cheguei a conclusão de que não era exatamente a vida de estrangeiro que mais me incomodava. O que me doía mesmo era a solidão que aquele lugar me causava. Solidão essa que por poucas vezes consegui vencer. Quando vencia, era alegria pura. No resto dos dias, era aquela convivência tediosa.

Acabei de ler um texto velho e genial do Fabiano Goldoni, postado na época no seu Café con Medialunas. É bem isso. Tem horas que também tenho saudades de sentir saudade do Brasil

Extrañamiento

No começo, a gente vivia com saudades de Porto Alegre, do Brasil e da Globo. Agora, depois de 3 anos morando em Buenos Aires, a gente já sente saudades de algumas coisas daqui quando passa mais de 4 dias no Brasil.

Tenho saudades das caminhadas em Palermo e Belgrano no fim de semana.

Saudades de comprar fruta na fruteira, carne no açougue e vinho bom e barato na vinoteca da esquina. Melhor que isso só fazer tudo isso no Zaffari.

Saudades de pedalar em San Isidro.

Saudades do cheese cake de Baileys do Fresh Market em Puerto Madero. Na verdade, a saudade não é especificamente desse cheese cake, nesse lugar, nesse bairro. O saudosismo que eu sinto é da possibilidade de ter isso próximo de mim caso seja atacado pelo desejo.

Saudades de ir em cinema de rua.

Saudades de passar meses e meses comprando roupa sem ter que entrar num shopping.

Saudades da Cristina Kirchner e do modo faca-na-bota dos argentinos discutirem política. A política argentina é um caminhão sem freio descendo morro a baixo. Todo mundo sabe que, cedo ou tarde, vamos bater em alguma coisa. E o que todo mundo espera é que seja em algo relativamente macio. Como sou um cara otimista e sempre de pensamento positivo, eu encaro esse aspecto da vida aqui como um esporte radical.

Saudade de poder ter ataques de mau humor e parecer normal para os outros.

Saudade de ter centenas de opções de peças teatrais e ignorar todas elas. Eu já comentei aqui que não gosto de ir ao teatro?

Saudade de caminhar na avenida Corrientes numa sexta à noite, ver todas aquelas luzes, aqueles cartazes de peças teatrais e pensar “Que bom que existe o cinema. Se não fosse essa invenção genial, eu teria que estar assistindo uma peça de teatro nesse momento.”

Saudade do paradoxo que é comentar com pessoas, que comem tripa de boi recheada de cocô, que eu como pizza com coração de galinha e ver elas fazerem cara de nojo.

Saudade de tomar cachaça de alambique pura, porque sou brasileiro. E não cachaceiro.

Saudade de ver os velhinhos caquéticos andando de fralda geriátrica na rua e pensar que, sim, existe vida mesmo quando você está com os dois pés na cova.

Saudade de ligar a TV no domingo e não escutar a voz do Faustão. Ô loco! Urra, meu!

Mas a saudade que eu mais gosto, a minha preferida, aquela que me faz salivar só de pensar, é a saudade de poder sentir saudades do Brasil. E digo isso com a mão no coração, olhando pro Cruzeiro do Sul e balbuciando as estrofes do Hino Nacional: cacete, como é bom ser brasileiro!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Amor em tempos de Slavoj Zizek



Assume the mistake and go to the end, we have a name for this: Love. Love for me is a extreme violent act.

Sensacionais essa definição de amor do Slavoj Zizek, talvez o filósofo dos dias de hoje que mais curto.

Adoro o jeito caótico dele. Se você não conhece o Zizekão, sugiro começar pela Wikipedia.

Ou ver esse documentário sobre o cara, que está inteiro no Google Videos, em que descobri que ele já foi até candidato a presidente da Eslovênia em 1990.

Ou o ótimo Pervert's Guide to Cinema.

* O vídeo em aí em cima, em que Zizek fala do amor, foi gravado na frente da Biblioteca Nacional da Argentina, na Recoleta em Buenos Aires.

Face a Face com o Homem

Encontrei INRI Cristo nessa última quinta-feira. Estive face a face com o Homem.

Tomava eu uma água tônica light num posto Graal de Registro quando de longe vi aquelas discípulas ajudantes vestidas de azul claro, conhecidas mundialmente pelas suas versões místicas musicais, comprando uma coxinha de R$ 4,10 na loja. Alertei meu pai, que degustava um cafezinho, que se aquelas meninas estavam por ali havia chances do INRI estar por perto. Olhei ao meu redor e nada de INRI.

Pagamos então a conta e já estávamos entrando no carro quando avisto um homem de túnica branca adentrando ao Graal. Saí correndo e vi INRI perguntando pra atendente da lanchonete como funcionava o lance dos cartões. O mestre parecia muito perdido, não entendia como que pagava o lanche no Graal, quando o abordei pedindo uma foto. Recebi uma benção e fui embora, pensando na magnitude do tal encontro e como minha vida estaria diferente a partir daí.

A foto ficou uma bosta porque foi tirada pelo celular do melhor estilo xing-ling Mp8 do meu pai. Pelo menos que a foto ruim sirva para ele trocar de aparelho.

Ainda estou me remoendo de não estar com minha filmadorinha na mão. Poderia ter abordado as mocinhas e cantar uma versão mística com elas. A minha favorita é a de Toxic, da Britney Spears.

E você, já encontrou o Salvador hoje?

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Por favor, mente

Gamei nessa letra do Tom Bloch!



hoje eu sou seu pra sempre
se eu perguntar
por favor mente
e fala tudo que você não sente
por favor mente
que a sua mão vai ser a minha luva
se a solidão é um dia de chuva
você vai me abrigar
sobre tudo, sobre todas as coisas
me ame até o fim da vida
mesmo que seja só até o dia chegar
depois talvez nem eu mesmo lembre
das juras eternas que a gente trocar
da cor preferida, ao nome dos filhos
e que eu já fui teu pra sempre
um dia eu fui teu pra sempre
eu já fui teu pra sempre
um dia eu fui teu pra sempre
um dia eu fui teu pra sempre
que eu já fui teu pra sempre
pra sempre...

O Leo Vinhas já tinha comentado, mas só agora fui ouvir com gosto.

Beady Eye e o pequeno Harrison



Conheça Harrison, um moleque de 2 anos que teve seu nome inspirado num Beatle e que fica insano ao ouvir o Beady Eye, nova banda do Liam Gallagher.

É esse o tipo de educação que darei pro meu filho!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Amor à primeira mixta

Totalmente doente e genial essa história de amor entre um misto quente e uma bebida Mixta em stop motion.

Um clássico sobre como sanduíches podem mudar de personalidade, deprimir-se, pensar em suicídio e ter uma ajuda de um hamburguer para se reinventar. Gênio. Sensacional!

Capítulo 1


Capítulo 2


Vi no ótimo blog da Ana Laya.

A quoi ça sert l'amour?



Pra que serve o amor mesmo?

Curtinha genial.

Os beijos mais bizarros do cinema



Pra gente aproveitar esse clima delicinha de romance no ar.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Valentine's Day



Para entrar na vibe dessa data tão querida.

Adeus, Ronaldo



Lenda total. Difícil esquecer as alegrias que o cara já proporcionou pra gente, principalmente em copas.

Nesse momento esquecemos da obesidade, dos travecos e dos escândalos. O cara é mito.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

29

Quando completei 29 anos faz algumas semanas não pude deixar numa coisa: agora tenho a idade que meu pai tinha quando nasci.

É uma sensação estranha, de que agora definitivamente não sou tão mais filho e que não há espaço para ingenuidades e criancice. E não dá pra não deixar de comparar, ver tudo que me falta alcançar, de pensar no que é igual e no que é diferente. Pra mim é tudo diferente.

Aos 29 anos alcancei menos, tenho menos e só invejo mais. Talvez ganhe apenas em experiência de vida e casos para contar. Quem sabe numa mesa de bar renderia mais conversa, mas mesmo assim tenho minhas dúvidas. Enquanto um tem causos da Argentina, outro tem sobre a Amazônia.

Mas por mais que todo mundo diga que experiência de vida e vivências sejam importantes, sinto que tudo isso não é invejável. No final das contas ninguém inveja histórias vividas por outros, mas sim feitos. Inveja-se os bens, o apartamento decorado, o carro, a estabilidade, as perspectivas, a família, os relacionamentos. O resto é condimento.

Pelo menos uma coisa me conforta. Aos 29 anos não sou pai de ninguém.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Cotovelo e Egito



O Elbow lançou um clip novo, mas aparentemente ninguém está nem aí pra isso.

E o Egito, hein? Invejável como podem mudar um país inteiro. O que eu quero é muito mais fácil. É só mudar uma vida, uma mísera vidinha. Mas tudo parece tão difícil.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Siso louco


Sangrou, bebi litros de sangue, vomitei tudo, cara roxa inchada no melhor estilo Kiko do Chaves.

Além do mais não posso comer comida quente, tomar cerveja e nem dar beijo.

Semaninha from hell tudo por culpa do siso.

Black Swan


Assisti o tal do Cisne Negro, achei demais, mas fica por aí. Não vi aquele filme arrebatador, aquela interpretação monumental e nada de outro mundo. Minha companhia pro filme soltou adjetivos como desvirginal, visceral, gutural. Senti inveja.

Invejei ficar embasbacado, sentir algo tão de verdade. Sinto inveja daqueles que se empolgam com o novo cd sem graça dos Strokes, de novidades nada novas de cinema, música e da vida. Fico me perguntando se sou eu o insensível ou as pessoas que andam se contentando com tão pouco? Invejo-as mesmo assim.

Mas nada está perdido. O The National pode tocar no Brasil e há claras esperanças de empolgação. Seguimos buscando o que aquela música do El Cuarteto de Nos diz "Algo que parta de un tirón, mi corazón como un infarto".

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Fin de Fiesta



Kevin Johansen é um clássico. Fazia tempo que não lançava coisa nova.

Nessa canção toda banda participa cantando, inclusive o Liniers.

Bem música de fim de festa, fim de show, fim de ciclo.

Ya se terminó,
ya se va la gente,
ya sé lo que me vas a decir:
que no hay que llorar,
que son cosas que pasan...
y yo siempre lloré por no reir.
Pero no me queda más memoria
y no hay foto que quiera borrar.

Ya se acabó,
ya es el fin de fiesta,
y nace el tan temido qué dirán.
Si se fue con él,
si ella se fue con ella...
Los que no entregaron, ya lo harán.
Si la vida es una orgía lenta,
lo mejor debe estar por llegar.

Ya se terminó...

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Stay out super late tonight

Esse Tumblr do The National é ótimo. Já falei aqui?

My medium-sized

You know you have a permanent piece
Of my medium-sized American heart

We're out looking for astronauts, looking for astronauts
We're out looking for astronauts, looking for astronauts

Got it?

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O que o rock pode aprender com o sertanejo

Esse fim de semana fui até Guaratuba ver um show do João Bosco & Vinicius, espécie de guilty pleasure musical recente. Os caras, que cobram um cachê entre 150 e 200 mil reais, dão um show de produção e me levaram a questionar várias coisas sobre os shows de rock desse nosso Brasilzão.

Fazia muito tempo que não ia a um show popular. Fiquei impressionado como tudo é fácil e flui sem problemas. Será que é tão difícil que o mesmo aconteça no mundo do rock?

Vamos a alguns tópicos

Ingressos:
Comprei por 25 reais, a uma quadra de casa no shopping, sem fila, sem estresse, sem pau em site de venda. Enquanto isso festivais indies cobram um absurdo de ingresso, num sistema que é pra ser moderno mas sempre, eu digo SEMPRE, dá pau.

Infra-estrutura:
Um espaço aberto em Guaratuba, mas com uma super-tenda champz que se mostrou muito útil. Caiu aquele toró na hora do show, mas todo o público (algo entre 2 e 3 mil pessoas) ficou sequinho. Na hora de sair não teve estresse, nem levas de pessoas se congestionando. Apenas fluiu. Enquanto isso nos shows de rock sempre ouço reclamações de gente sobre o estacionamento, a hora de ir embora e etc.

O show:
Luzes, telão, serpentina, explosões de fogos, sem contar que os caras fazem até chover no palco. Os caras que faturam uma nota preta e fazem mais de 200 shows por ano esbanjam animação. Eles podiam apenas chegar lá, tocar as músicas e vazar, mas não é só isso. Quem curte o nicho sertanejo tá cansado de saber quem eles são, mas mesmo assim eles ainda tocam hits de outros grupos. Rolou até Fugidinha, o mega-hit do do momento, além de outras canções de outras duplas. Tudo pra conquistar e ter o público na mão. Os caras interagem, fazem piada, chamam gente da plateia e são puro carisma. Na hora de apresentar os músicos rolou Guns N' Roses, Black Eyed Peas, Red Hot Chili Peppers.

Enquanto isso muitas bandas de rock mal se empenham em dar um oi, seja num mega-concerto ou num bareco alternativo de Curitiba. Não tratam seu show como espetáculo e o público como um mero acessório, um bando de gente que precisa descobrir a "arte" que está sendo tocada no palco. Tenho uma notícia para vocês, caro indiezinho dono de banda: quem está numa sexta-feira ou sábado num lugar raramente está afim de descobrir uma banda nova. Essas pessoas querem é se divertir. Obviamente existe toda aquela aura do rock e do rockstar impulsivo e revoltado, mas isso só é aceitável quando o cara realmente vive da música dele. Quem ainda está lutando pelo seu lugar tem obrigação de tratar bem o público.

Agora, deleitem-se!

Vão-se os sisos...

Vão-se os sisos
e ficam os cheques pré-datados.

A sua boca arregaçada
aguentando a delicadeza de elefante do cirurgião.
Não existe dor nem nada.
Só a pressão dos trancos e brocas destruindo o dente podre.

É mais ou menos como ter 20 e tantos anos.
Se fuder, quebrar a cara e se lascar outra vez.
Nem dói. Você só sente o impacto
E depois de alguns segundos o gosto de sangue na boca.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

La chica ochentosa



São mais ou menos assim as argentinas.

Juanito El Cantor

Nem lembro quando conheci Juanito El Cantor. Provavelmente foi em 2006 ou 2007, época que meu passatempo preferido em Buenos Aires era ir em showzinhos e conhecer bandas com os comparsas Leonardo e Bruno.

Lembro que fiquei de cara com uma música chamada Amarillo que tinha um refrão que era "Amarillo como el pis, como el agua con colorante. Amarillo como el sol del jardín de infantes".

Hoje apareceu um email do nada na minha caixa de entrada falando desse cara. Lembrei dessa coisa lúdica da música dele que parece ser feita para crianças, mas que na verdade é tem muito mais profundidade.

Escuchen: http://www.myspace.com/juanitoelcantor

Eu tô tentando

E quando a gente se identifica com o Kid Abelha? Como proceder?


Eu tô tentando largar o cigarro
Eu tô tentando remar meu barco
Eu tô tentando armar um barraco
Eu tô tentando
Não cair no buraco...

Eu tô tentando tirar o atraso
Eu tô tentando te dar um abraço
Eu tô penando
Prá driblar o fracasso
Eu tô brigando
Prá enfrentar o cagaço...

Eu tô tentando ser brasileiro
Eu tô tentando
Saber o que é isso
Eu tô tentando ficar com Deus
Eu tô tentando
Que Ele fique comigo...

Eu tô fincando meus pés no chão
Eu tô tentando ganhar um milhão
Eu tô tentando ter mais culhão
Eu tô treinando prá ser campeão...

Eu tô tentando
Ser feliz
Eu tô tentando
Te fazer feliz...

Eu tô tentando entrar em forma
Eu tô tentando enganar a morte
Eu tô tentando ser atuante
Eu tô tentando ser boa amante...

Eu tô tentando criar meu filho
Eu tô tentando fazer meu filme
Eu tô chutando prá marcar um gol
Eu tô vivendo de Rock'n Roll...

Everything is amazing and nobody is happy


"Everything is amazing and nobody is happy"
Enviado por Meowbay. - Assista mais vídeos de comédia.

Ótimo vídeo para ver quando você está reclamando sobre tudo e não percebe as coisas maravilhosas que existem.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Tudo que sei sobre amor aprendi com João Bosco e Vinicius


Aproveitando as preparações para o show épico de João Bosco e Vinicius que irei neste sábado, fiz mais um post da série "Tudo que sei sobre o amor", o anterior foi sobre o pagode.

O sertanejo universitário esconde vários ensimentos para os corazones. Os caras só cantam sobre isso, sobre dor de cotovelo, amores que não deram certo e paixões fulminantes. Por isso, atentemos para as lições dos mestres.

1. Amor causa estrago

Arrume os destroços do terremoto que passou
Depois que você se foi a minha vida desmorou

Terremoto

É assim até no interior do Mato Grosso, esteja você usando um all star ou uma bota de cowboy. Quando aquela the-four-letter-word vem e é de verdade causa estrago, abala as estruturas. Esse ensinamento é dado por João Bosco e Vinícius na música Terremoto, onde a dupla, como sempre, está sofrendo. "O vento forte bateu em mim / Desmoronou paredes do meu sentimento". Por isso, é melhor reforçar as estruturas, colocar bastante Cimentcola Quartzolit porque é terremoto, tsunami e vendaval quando o amor vem de verdade.

2. Quem faz cu doce perde tempo

Me diz pra quê fazer tanto charminho
Tá perdendo seu tempo sem me dar carinho.
Assuma de vez que quer me amar
Quem desdenha quer comprar

Curtição.

Nem é preciso explicar as palavras dos poetas do curral universitário. A canção "Curtição" é um verdadeiro tratado contra o cu-docismo, um dos males que mais asssolam nossa sociedade atualmente. Quem o pratica só perde tempo e deixa de aproveitar bons momentos.


3. O álcool é seu melhor amigo

Ali parado tomando uma cerveja
Eu e a tristeza dividimos a mesa

O Fora

To fechando todos os butecos
E secando todos os canecos
Fiquei louco, alucinado e de tristeza

Comecei a beber
Cade você? o que é que eu fiz?
Canto, bebo e choro

A cerveja, a pinga, a cachaça e toda a série de substâncias alcóolicas se tornam seus melhores amigos nas noites de fracasso. Não é a família, não são os amigos, não é o padre, o cachorro, nem o disk-amizade. O seu melhor amigo no momento da amargura é o copo da cerveja. Não sou eu quem diz disso, mas os mestres JB & V em vários momentos da canção "O fora" e em "Canto, bebo e choro".

4. Falar é fácil.

Fácil é dizer que é fácil te esquecer,
O difícil é convencer meu coração.
Coração só vê você.

Todo mundo tem uma opinião, todo mundo diz que é fácil superar, mas o difícil é convencer o teimoso coração de que não adianta mais. É essa a grande lição de "Coração só vê você", uma verdadeira tese sobre o comportamento desse nosso músculo involuntário, que late e bate de acordo com sua própria vontade.



5. Verdadeiro amor não se faz com insistência

Parei você não pensa em mim
Só eu que corro atrás enfim
Um verdadeiro amor não faz assim
Parei não deu não agüentei
Acabou.

Hollywood nos ensina que com persistência podemos conseguir tudo. Felizmente existe João Bosco e Vinicius para nos ensinar a realidade. Em "Acabou", um verdadeiro épico onde o nosso herói fez de tudo mas de nada adiantou. Amor não se alimeta de heroísmo mas sim de cumplicidade. É a grande lição que fica dos nossos mestres do chapelão. Aquela história de "água mole em pedra dura" é coisa de cinema

6. Sentimentos podem ficar escondidos para depois voltar


Eu te encontrei de novo
Faz dois anos que tô doido

Quero todo o seu carinho
Vem amor sou dono do seu coração

Dois anos.

Tem sentimento que fica mesmo a gente dizendo que acabou. Parece que acabou, já era e que finalmente conseguimos ir pra frente, mas aí você reencontra aquela pessoa e toda aquela explosão de amor acontece de novo. Os amigos João Bosco e Vinicius nos alertam para isso, mas segundo eles isso não é nada mal, muito pelo contrário porque é lindo quando acontece.

7. Avise, mesmo que não adiante nada

Não era pra você se apaixonar
Era só pra gente ficar
Eu te avisei!
Meu bem eu te avisei
Você sabia que eu era assim

Paixão de uma noite que logo tem fim

Eu te falei meu bem eu te falei

Chora, me liga.

Avise das suas intenções, mesmo que não adiante nada e a pessoa pire errado. Essa é a grande lição de "Chora, me liga", canção que é top 10 na Argentina e Paraguai nessa cruzada sertaneja mercosul de João Bosco e Vinicius. Nessa relato, uma metáfora crua e visceral dos relacionamentos atuais, os poetas contam um caso de alguém que não queria nada sério, avisou disso, mas mesmo assim não pode evitar que a sarna grudasse neles. Eles só queriam curtir a vida, o timing não era apropriado para a paixão, mas mesmo assim a moça se apaixonou. Avise, porque pelo menos no final você vai poder ter o prazer de dizer "Eu te avisei. Meu bem, eu te avisei".

Buena Onda com Del-Vikings



Estamos tentando.
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