terça-feira, 3 de agosto de 2010

Mientras tanto


Já faz mais de uma semana que me mudei para um apartamento de dois quartos no Centro Cívico, do lado do Centro de Curitiba. Ainda não deu tempo de concluir se o apartamento é um achado ou uma roubada, logo descubro.

Já faz mais de uma semana que vivo num mar de caixas e malas cheia de roupas espalhadas numa sala em L, que esperam ansiosamente minha vontade se manifestar para organizar tudo. Não tenho pressa, a vontade um dia virá, mas desconfio que demorará um pouco. Mudar cansa e tudo que quero é me sentir em casa. O Travis diz que "Home is where you heart is", mas por enquanto me contento com a sensação de chegar num lugar onde já sabem exatamente o meu pedido do dia sem precisar falar nada. Vou lá todo dia na mesma hora e me irrito de uma maneira insana quando alguém está no meu lugar de sempre.

Enquanto a tv a cabo, telefone e internet não chegam em casa ando convivendo com o silêncio, interrompido sempre pelo barulho dos carros e ônibus que passam atrás do prédio. Isso que me faz pensar que o apartamento é uma roubada, mas meu sono é tranquilo.

Sem TV e internet, tempo é o que não falta, principalmente para ler e pensar. Pensar demais às vezes é inútil, já ler nunca é demais. Nesse tempo já devorei dois livros, a biografia do Bussunda e "Os Espiões", o novo do Verissimo, que é sensacional e vale só pelos personagens da história. Agora estou a procura de algo mais denso ou que não acabe depois de três dias de leitura.

Decidi gastar dinheiro em coisas que me fazem bem, sejam livros, shows. comidas, saídas e viagens. Meu cartão de crédito que o diga. Já garanti o Planeta Terra, que traz Pavement, Phoenix e Smashing Pumpkins em novembro, além de uma viagenzinha no fim do mês de agosto pra ver o The Swell Season e rever outros amigos no Rio de Janeiro.

Falando em viagens, esse fim de semana estive em Santos e São Paulo e vi alguns amigos que não converso sempre. Perguntaram se eu estava muito apaixonado e como andava a vida amorosa, já que meu blog era puro amor. Achei irônico. É a falta que movimenta boa parte da literatura ruim do mundo. A falta de amor, de dinheiro, de bebida, de companhia, de futuro, de trabalho como diz o Gian em um post do seu blog. Concordo plenamente.

* Vi essa foto do Cartier-Bresson no Facebook e curti de cara.

4 comentários:

Sol disse...

Sabem o pedido do dia e ainda oferecem um doce que você gosta. Alegria! Ainda bem que amanhã rola. Haha

Túlio disse...

Yesssssssss.

giancarlo rufatto disse...

eu quando mudou só consigo descansar quando esta tudo no lugar. na ultima mudança consegui um record: me mudei na segunda e na quarta estava tudo pronto até internet! mas mudança é sempre uma depressão, eu passo mal com a ansiedade e sempre acho que vai dar tudo errado.

Anônimo disse...

Sugestão de livro: O mundo pós aniversário de Lionel Shriver

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