quarta-feira, 17 de novembro de 2010

All work and no play

Matéria do Jornal da Band hoje dizia que falta profissionais em certas áreas no Brasil. Com o boom da economia, muitos cargos estão sendo criados e falta gente boa da melhor qualidade em vários ramos.

O repórter enfatiza que quem se preparar desde cedo e tomar o rumo dessas áreas garante estabilidade e um bom salário. O professor do cursinho ressalta que todo mundo escolhe a mesma coisa e deixa certos nichos inexplorados. Diretores de grandes empresas dizem que só estão esperando os candidatos bem preparados chegar para pagar ótimos salários e muitos outros benefícios. Jovens vestibulandos dão entrevista dizendo que escolheram tal curso porque as perspectivas são boas e o salário inicial bom.

Meu segundo grau na Escola Técnica Federal de Cubatão foi escolhido porque as perspectivas em uma carreira em informática eram ótimas e realmente são, mas ninguém me disse que era preciso antes de mais nada gostar daquilo. O mais importante que aprendi ali em três anos foi isso, só que essa lição foi aprendida da maneira mais efetiva: frustração, erro. Um ex-colega daqueles tempos e que seguiu na área hoje está bem rico, gordo como um porco, estressado e bem brega, pelo menos isso me dizia a roupa que ele usava da última vez que o vi.

Voltando à matéria da Band. Em nenhum momento a apresentadora falava em vocação e ir atrás do que se gosta. A satisfação profissional simplesmente não era incentivada, nem tocam no assunto. Segundo eles, as vantagens de um bom trabalho são o dinheiro, status, estabilidade, um bom emprego, casa própria, carro zero km e luxo. Não se menciona bem-estar nem qualidade de vida. Isso parece não ser importante ou simplesmente inexiste no ambiente corporativo. Quem estiver infeliz que use seus milhões de dinheiros para pagar um psicanalista.

6 comentários:

Ana disse...

Exatamente o que eu penso. Não adianta nada ir para uma carreira que permite que você pode compre uma ilha por mês se você não é feliz.

jv disse...

e como seria possível "felicidade" no ambiente corporativo? é quase um oxímoro.

papo de felicidade no trabalho é muito complicado, leva-se tempo pra descobrir o que te faz feliz e muitas vezes o que te faz feliz não quer dizer que vc quer trabalhar com aquilo o dia inteiro, o ano inteiro.

Túlio disse...

Tá certo, JV.

Não estamos buscando felicidade plena e irrestrita no trabalho, mas um mínimo de satisfação.

Quem já trabalhou em algo que odiava sabe muito bem como isso afeta sua vida.

giancarlo rufatto disse...

eu vi essa materia, engraçado que eu fiz publicidade pq era onde a turma divertida estava. No ensino medio, no cefet fiz eletronica pq era onde a turma divertida estava. Deu no que deu, acho que quando voce faz o que gosta, o resto vem - em conta-gotas, mas vem.

Leo Vinhas disse...

Sem contar que o que hoje é pomissor será saturado em cinco anos.

Vi a matéria. OCa e tola a não poder mais!

Juliana Bragança disse...

Por esse ângulo foi bom a mãe não me deixar fazer federal de cubatão... Seria mto tempo desperdiçado com coisas inúteis para mim, assim como foi pra vc...

bjo

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