quinta-feira, 8 de abril de 2010

Reflexões sobre um corte de cabelo


Ontem cortei meu cabelo aqui em Curitiba. Fiquei tentando lembrar qual foi a última vez que isso tinha acontecido em território brasileiro. Dois anos atrás? Três? Apenas não lembrava mais!

Notei muitas diferenças nesse processo. Basicamente no Brasil cortar cabelo leva muito mais tempo, principalmente naqueles arremates finais e acabamento, e o cara não fica querendo inventar um estáile. Perto de onda trabalhava, em Buenos Aires, tinha um lugar que se intitulava "Pelos de autor". Isso mesmo! Cabelos de autor, assim como cozinha de autor... MEDO! Aqui não, os caras fazem o arroz com feijão e pronto!

O cara do salão de ontem até comentou como tava muito irregular minha cabeleira. Quem fez esse serviço em você? - perguntou ele indignado. Aí expliquei toda história e ele afirmou de maneira categórica "Na Espanha é assim também. Ninguém sabe cortar o cabelo". Taí um nicho de mercado, meus caros.

Um outro Túlio, de mullets

Nunca gastei muito com corte de cabelo, deve ser alguma herança familiar essa tacanhez. Em Curitiba tem um tal de Barbearia Clube, que se vende como um lugar pra macho se ajeitar e que parece até ser legal, porém a ideia de pagar 35 reais num corte de cabelo é meio que demais pra mim. Desde muito pequeno já cortava o cabelo no Sindicato dos Petroleiros lá em Santos. Eles tinham dois barbeiros lá, do tipo clássico. Um deles era bem velhinho e o outro era fanho e eu não entendia nada do que ele falava, mas ambos eram eficientes.

Já na Argentina eu cortava cabelo com uma boliviana que cobrava 7 pesos e fazia tudo MUITO rápido. Sempre tentei deixar bem claro que não queria mullets ou qualquer tipo de madeixa saliente, mas a mulher não tava nem aí. Em umas duas ocasiões, cheguei em casa e tive que eu mesmo dar uma ajeitada nuns fios de cabelo mal cortados. Depois conheci os serviços do TOP HAIR no Abasto, eram melhor mas mesmo assim os povo lá teimava em deixar esses fios adjacentes.

A moda capilar argenta é realmente um ponto a ser estudado. Como é que as pessoas acham aquilo bonito, meu povo? É cada atentado estético capilar que dá medo. Sabe aquela famosa linha tênue que separa muitas coisas nesse mundo? Bom, lá ela separa a ousadia do ridículo e é milhares de vezes ultrapassada. Exatamente o contrário de nós brasileiros homens, que tem um corte de cabelo estilo "coxinha" facilmente reconhecível em qualquer lugar do mundo. Fica aí a provocação.

3 comentários:

giancarlo rufatto disse...

minha mae é cabeleireira logo nunca cortei o cabelo fora de casa. inclusive teve uma vez que briguei com ela e insinuei que cortaria em outro lugar, ela se ofendeu. como aquele ditado do espeto de pau e do ferreiro, meu cabelo é uma das coisas mais tristes que eu conheço, praticamente uma canção do teixerinha.

Leandro disse...

TOP HAIR! Definitivamente, um clássico!

Anônimo disse...

Quando você escreve textos bacanas como esse, vale a pena ler seu blog, só discordo dos seus ataques sem fundamento sobre curitiba.

Um abraço

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